segunda-feira, 20 de junho de 2011

RADIO AMADOR

Os rádios VHF só são funcionais dentro das baias ou muito próximos a elas. Basta o capitão comprar um HF (SSB) marítimo, (se desejar tirar a licença junto a Anatel), instalar e falar. Se quiser ligar em um Laptop ou Notebook, poderá ainda pegar o fax-meteorológico que é transmitido todo dia pela marinha as 03:00 e 15:00 hs, com carta sinótica e previsão para todas as áreas. Basicamente a mesma previsão do site só que você está recebendo no meio do trajeto Recife-Fernando de Noronha com terra a pelo menos 200 MN. 
Os VHF normalmente limitam-se de 10 a 30 Km o alcance para comunicações diretas. Salvo dias excepcionais de propagação, potência e qualidade da antena. Já fiquei sem comunicação várias vezes em alguns trechos da costa. com o uso do "SSB" isso não aconteceria nunca. Talvez você não consiga se comunicar com uma base perto, tipo Ilha Bela - Santos, mas conseguiria falar com Salvador, Recife, Natal tranqüilamente.

Em relação aos PX's (que também é um HF, pois opera na faixa de 27,5 MHz), antigamente muito usados, antes do VHF, hoje em dia poucos possuem abordo, mesmo os pesqueiros. Essa faixa é mais dominada pelos caminhoneiros.

A sugestão é ter a bordo 2 tipos de rádio: 1 VHF e 1 HF, mas ao invés de ter os rádios limitados às freqüências fixas (canais marítimos, no caso do VHF), ter rádios de freqüência corrida que alcancem o espectro mais amplo possível - num caso de emergência, fica mais fácil "botar a boca no trombone". Os radioamadores dividem o espectro de frequência em "metros", que na verdade é o comprimento da onda. A faixa do VHF é a de 2 metros, a de UHF 6, e a de HF é composta por várias faixas, sendo as mais típicas 20, 40 e 80 metros . De uma forma bem simples, quanto menor o "metro", menor o alcance - a faixa de 80 metros alcança mais longe que a de 2 e etc.
Os equipamentos de rádio-amador fazem a mesma coisa, com muito mais recursos de filtros, operações dúplex (transmitir em uma freqüência e receber em outra), memória, emissão rádio-pacote, LAT/LONG entre outras e tem a vantagem de possuir uma ampla gama de freqüências. Tirar o indicativo "PY" é muito barato e não é difícil. Por isso, além de gostar do hobby, optei por ter um radio amador e não marítimo abordo (além do que, acaba saindo mais barato que o marítimo).

O processo de sintonia de antena, possui inúmeras opções de soluções,tem para todos os gostos e todos os preços.Uma ótima opção de rádio SSB é o Icon IC706MKIIG que aqui no Brasil entregue pela Radio Haus está R$ 4.762,50. A vantagem do 706 é que possui HF, VHF e UHF, ainda com frente destacável como um CD Player.
O ICOM 706 é de uso radio-amador, possui banda corrido, ou seja, escuta de 0 a 30 MHz, e originalmente só transmite nas faixas amadoras, mas poderá ser desbloqueado facilmente, é só cortar um junper e pronto, até no próprio manual dele consta essa operação, nada que demore mais que 30 segundos.
Os rádios para rádio-amador, chamados de banda corrida, ou seja SINTONIZAM todas as freqüências entre 0 e 30 MHz e originalmente SOMENTE transmitem nas faixas amadoras. Podem ser desbloqueados e passar a TRANSMITIR/RECEBER em todas as freqüências entre 0 e 30 MHz, assim é o caso do IC706, TS-50, TS-480 e assim por diante.

Importante : Tanto o VHF marítimo como o HF (SSB) marítimo não necessitam de habilitação de rádio-amador, mas apenas a licença da Anatel.

Licenças da Anatel
Toda a embarcação que possui rádio abordo, seja VHF ou HF marítimo, deveria ser registrada junto a Anatel como "Licença de Estação de Navio" no "Serviço Móvel Marítimo". Apesar das taxas, que não são altas, quase nenhum veleiro que conheço possui tal licença.


Então de posse da licença acima, que quase ninguém possuí, poderá ser utilizada todas as freqüências marítimas sejam elas de VHF ou HF (SSB). É um processo meramente burocrático sem necessidade de estudar para prova alguma.

Qualquer embarcação para a Anatel é classificada como um navio. Com relação as taxas, você pagará R$ 100,00 pelo direito de uso de radiofreqüência por 10 anos mais R$ 26,83 TFI, então depois de um ano, e todo ano chegará em sua residência um boleto bancário emitido pela Anatel no valor de R$ 13,42 do TFF. Lembre que o TFI você pagará uma única vez e o TFF anualmente. O direito de uso de radiofreqüência a cada 10 anos.

Com relação a fiscalização de veleiros, lá de vez em quando a Anatel anda nas marinas nos finais de semana fiscalizando. Em todo esse tempo, só uma vez vi um rádio lacrado por fiscalização lá em Paranaguá. Sobre a Capitânia te abordar. Bom não sei se legalmente eles podem exigir isto, mas nas cinco vezes que fui abordado, sempre pediram a licença e eu sempre tive. Acho que se eles não podem te multar, talvez possam lacrar o rádio e comunicar a Anatel, sei lá. Por medida de segurança sempre gostei de andar com a papelada em ordem. Detestaria ter meu passeio estragado pelo pessoal de cinza da marinha.
Antenas
As melhores são as omnidirecionais (multidirecionais), que irradiam e recebem de todos os lados simploriamente falando, são como as antenas de VHF que já estamos acostumados a ver no top dos veleiros, porem revestidas de fibra.
Porém como o comprimento de onda é maior, seu comprimento também aumenta e elas tem em média 3,5 mts, mais uma bobina na base, como as Maria-mole do PX.

As unifilares seguem o mesmo princípio, trata-se de um cabo de material condutivo, de preferência cobre, colocado na posição mais vertical possível, com comprimento a partir de 8 mts. É a mais usada por velejadores, pode ser o back stay com dois isoladores de borracha, ou um cabo de cobre, tipo fio nr. 10, que sai da popa até o top. Para falar em todas as freqüências será necessário um acoplador de onda estacionária, ou impedância, ou Antenna Tuner.

As antenas dipolo, são antenas direcionais, ou seja, transmitem e recebem 90% no eixo perpendicular a ela, mas se colocadas na vertical atuam como omnidirecionais (multidirecionais). São instaladas paralelas ao back stay, como as unifilares, ou instaladas em "V" invertido paralelo ao back stay e o stay de proa.
Normalmente em veleiros usamos as omnidirecionais do tipo revestida de fibra, como muitas lanchas ou as unifilares, ambas com Antenna Tuner, pela facilidade e simplicidade da instalação e poder falar em todas as faixas.


Acoplador de Antena
Antenna Tuner, Acoplador de Antena, Acoplador de Ondas Estacionárias, Caçador de Impedância, é na prática, tudo a mesma coisa.
Na verdade sua função é casar a impedância (Resistência a Radiofreqüência) da antena com a do rádio que possui uma saída desbalanceada - 50 ohms e a antena que dependendo de sua construção, tamanho, proximidade do plano terra, Radiofreqüência, potência, etc... pode variar. Em resumo trata-se de uma bobina variável.

Eu comprei para o C'est la Vie, uma antena "automática", que vem com todos os cabos e uma caixa "automática" (nada mais que uma bobina variável lacrada), por U$ 250,00. Assim não preciso ter/usar o Antenna Tuner. As antenas podem ser de construção caseira, como uma das que tenho em casa, por menos de R$ 50,00, ou comprar a melhor do mundo a Hy-Gain por U$ 1500,00 tudo vai do gosto e bolso do cidadão. Assim como encontra-se rádio HF usado por R$ 500,00. Sobre antenas visite minha página que tem bastante coisa lá e vários esquemas para montagem de antenas
Como exemplo,segue minha relação de equipamentos:

O equipamento de rádio:
VHF - Marítimo Unidem
VHF - Radio Amador - Kenywood - AT261A
VHF - Portátil (HT) Marítimo - Unidem
VHF - Portátil (HT) Radio Amador - Yaesu FT-411E
HF - Rádio Amador - Kenywood - TS-50S

Antenas:
VHF - Shackspeare
VHF - MC300 da Aquarius 1/4 de onda
VHF - MC460 da Aquarius 5/8 de onda
Suporte Magnético com cabo para emergência (caso perca o mastro )
VHF - Direcional, Quadra cúbica de 5 elementos de construção caseira(R$30,00)
VHF - Omnidirecional, Baianinha de construção caseira (R$ 15,00)
HF - Unifilar/Dipolo (você pode montar dos dois modos) Icon automática,
não precisa antenna tuner.
HF - Dipolo de construção caseira para as freqüências 13.500 Hz à 14.300
Hz, também não precisa antenna tuner (R$ 70,00)

Minha opção por ser rádio-amador, principalmente se dá a facilidade de comunicação. Pois posso como móvel marítimo falar nas freqüências marítimas, e como radio-amador em praticamente todas as outras. Assim onde quer que eu esteja não fico incomunicável com o mundo como tantas vezes já fiquei.

Além do mais, é um outro hobby muito interessante. Tenho conseguido conversar com velejadores do mundo inteiro.

Saudações e Bons Ventos,

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